RELATORIO DE VIAGEM A RESERVA XIXUAÚ-XIPARlNÃ

29 de julho a 13 de agosto de 1997



1. Introdução
2. Objetivos da viagem
3. O uso de plantas medicinais na região do baixo Jauaperi
3.1. Plantas medìcinais introduzidas
3.2. Plantas medicinais silvestres
4. Plantas de interesse alimentar e económico
4.1. Fruteiras
4.2. Hortaliças
4.3. Plantas da roça
4.4. Extrativismo vegetal
5. Animais usados na alimentação humana
5.1. Animais domèsticos
5.2. Animais selvagens abatidos na caça.
5.2.1. Animais usados na alimentação.
5.2.2. Animais usados na alimentação eventualmente.
5.2.3. Macacos (primatas) eventualmente usados na alimentação.
5.3. Bichos de casco (Quelónios e jacarés) eventualmente usados na alimentação.
5.4. Aves usadas na alimentaçao.
5.5. Peixes e outros animais de água doce comestíveìs.
6. Conclusões
7. Agradecimentos



1. lntrodução

Partindo de Manaus no fim da tarde do dia 29 de julho, a viagem até a Reserva Xixuaú-Xiparinã subia o rio Negro até alcançar a comunídade do Cantagalo no começo da noìte do dia seguinte. Havia uma previsão de chegada com aproximadamenie 35 horas de viagem ininterrupta. Na madugada do dia 31 , aportamos na comunidade de São Pedro, onde permenecemos por uma boa parte da manhã, em função do início do trabalho do Dr. Paolo e do enfermeiro Biagio, que estavam atendendo a comunidade local. Saindo de Sao Pedro, paramos um pouco na comunídade Samaúma e depois seguïmos direto para a reserva, onde chegamos no final da tarde.

Após a cordial acolhida por Paul e Bianca tivemos o resto do dia de folga. No dìa seguinte, 01 de agosto, fomos apresentados a nossos guias para o trabalho na mata, os senhores Chico Libánio e Valdemar. Após sondarmos algumas condições locais traçamos um roteiro de visita a alguns ecosisistemas locais que seriam represantativos da regìão. Com o apoio de Paul e dos mateiros iniciamos as investidas na mata no dia 02 de agosto, subindo de canoa o rio Jauaperi até o igarapé Santa Rosa, localizado na sua margem esquerda. Ali realizamos uma camìnhada de reconhecimento do tipo de vegetação predominante, verificando com os mateiros a ocorrencia de plantas medicinais de uso popular, segundo suas tradições da uso. No dia seguinte, domingo, 03 de agosto, fizemos o mesmo na região do igarapé São José, descendo o rio Jauaperi e adentrando na sua margem direita.

Nos dias 04 e O5 de agosto adentramos o igarapé Xixuaú a partir de sua foz no río Jauaperi, observando vegetação ao longo do igarapé e de duas trilhas abertas em áreas de terra firme. Nos dias 06, 07 e 08 subìmos o Jauaperi até a foz do Xipariná. Ali permanecemos na casa de uma ribeirinha de onde saímos para duas sondagens subindo o igarapé Xiparinã a indo um pouca mais acima do rio Jauaperi, antes da foz do rio Macucuaú. Nestes días fizemos contato com alguns ribeirinhos e continuamos o trebalho de observaçáo sobre as plantas medicinais e aqueles usadas para outros fins pela comunidade ribeirinha da região.

No dia 08 de agosto chegsmos à tarde à maloca e no começo da noite, chegava o Dr. De Feo, Combinamos com o mesmo um repasso das informações coletadas e discutimos a viabilidade de um projeto de etnobotãnica a ser desenvolvido na ragião. Realizamos juntos uma msita dia 09 de agosto ã uma trilha do Xixiuaú e dia 10 do Xiparinã. No dia 11 de agosto estàvamos saindo de volta a Manaus, onde chegamos dia 12. No dia 13 fizemos uma visita ao INPA. No dia 14 estivem os com a Sr. Daniel na sede da Embrapa em Manaus, onde martivemos contato com colegas pesquisadores ressaltando a possibilidade da cooperaçáo da instituíção em relação a uma proposta de trabalho na reserva. Tanto no INPA, quanto na Embrapa, a proposta teve aceitação imedieta.



2 Objetivos da viagem

A partir de contatas iniciados Com a Associação Amazõnia e com a cooperação do IILA tomou-se possivel a realização desta primeira viagem à reserva Xixuaú-Xiparinã. O objetivo da viagem foi reslizar uma avaliação preliminar sobre plantas medicinais de ocorrencia na área da reserva, onde participamos representando a Embrapa Roraima, juntamente com consultor da Universidade de Salerno, de modo a se estebelecer um projeto conjunto entre estas instituiçóes com o propósito de se fazor um ostudo pormenorizado de tais plantes.



3. O uso de plantas medicanais na região do baixo jauaperi

O uso popular de piantas medicinais é uma arte que acompanha o homem desde os primórdios da civilização humana. Na Amazõnia muitas plantas são utilizadas tradicionalmente por comunidades indigenas e riberinhos, numa prática que repassa informações por via oral, de geraçóes em gerações. Apesar do aumento de contato com a civilização ocidental e com seus remédios adquiridos nas farmácias, as comunidades ribeirinhas mantém a prática do uso de remedios caseiros como forma de cura viável para vârìos problemas de saúde que os aflinge. O principal substrato desses remédios são as plantas superiores, sejam as nativas ou as exóticas transportadas regional e continentalmente. Através do levantamento realizado na região do baixo Jauaperi, identificamos inúmeras plantas, citadas nos itens seguintes, conforme sejam espécies silvestres ou introduzidas.



3.1. Plantas medicinais introduzidas

Neste levantamento foi relacionado somente o elenco das plantas utilizadas que de alguma forma são cultívadas pelos ribeirinhos. Não houve a preocupação com o conhecimento do uso e indicações, o que estaria previsto para o projeto definitivo de etnobotânica.

Nome popular

Nome Cìentifico

Familia

Açafroa

Curcuma longa L.

Zingiberaceae

Alfavaca

Oncimum sp.

Labiatae

Amor crescido

Portulaca pilosa L.

Portulacaceae

Arruda

Ruta graveolens L.

Rutaceae

Babosa

Aloe vera L.

Liliaceae

Boldo

Plectranthus barbateus Andr.

Labiatae

Boldo da folha grossa

Vernonia condensata Baker


Cabacinha

Luffa opercolata (L.) cogn. In Mart.

Bignoniaceae

Capim santo

Cymbopogon citratus (D.C.)Stapf.

Crassulaceae

Confrei

Symphitum officinale L.

Boraginaceae

Crajiru

Arrabidea chica (H.B.K) Verlot

Bignoniaceae

Gergelim

Sesanum orientale L.

Bignoniaceae

Hortela miúda

Mentha x villosa L.

Labiatae

Jambu

Spilanthes oleraceae (L.) Jacq.

Compositae

Japana branca

Não identificata


Japana roxa

Não identificata


Jucá

Casealpinia ferrea Mart. Ex Tul.

Caesalpinaceae

Maocla

Achyrocline spp. Egletes viscosa

Compositae

Malvartisco

Plectranthus amboinicus (Lour.) Spr.

Labiatae

Mangarataia

Zingiber officinalis Rosc.

Zingiberaceae

Marupaí

Eleutherine bulbosa (Miller) Urban

Iridaceae

Mastrua

Chenopodium Ambrosioides L.

Chenopodiaceae

Mutuquinha

Não identificata


Óleo elétrico

Não identificata


Piahão branco

Jatropha curcas L.

Euphorbiaceae

Piahão roxo

Jatropha gessypifolia L.

Euphorbiaceae

Sena

Cassia desvauxii Callad

Caesalpinaceae

Urucum

Bixia orellana L.

Bixaceae

Vindicá

Alpinia nutans L.

Zingiberaceae



3.2. Plantas medicinais silvestres

A seguir está disposta a listagem de plantas de ocorréncia natural na área abrangída pelo Ievantamento. As informações botãnicas de varias plantas precisam de certificação em herbário, o que só será possivel com o desenvolvimento do projeto de etnobotãnica. As informaçóes sobre índicação e uso das plantas foram relatadas pelos mateiros qua nos acompanhavam e por alguns ribeirinhos com quem mantivemos contato durante a viagem.

Plantas identificadas << a priori >>

Familia / Nome cientifico

Nome popular

Parte usada

Uso medicinal

Anacardaceae

Anacardium giganteum L.

Cajuí

entrecasca (xarope)

gripe

Apocynaceae

Aspidosperma nitidum Benth.

Carapanauba

casca (chá)

malária

Gueissospermum sericeum (Sagot.) Benth. & Hook

Quina-quina

entrecasca (chá)

malária

Himathamthus articolatus (Vahl) Woodson

Sucuba

casca (chá)

malária; rins

Parahancornia amapa (Hub.) Ducke

Amapá

látex com leite de gado

fraqueza

Araceae

Philodendron sp.

Ambé

cipó (ralado com água)

mordida de cobra

Heteropsis off. Spruceana Schott.

Cipó titica

cipó (ralado)

mordida de formiga lucandeira

Bignoniaceae

Adenocalimna aliaceum Mart.

Cipó alho

folhas

gripe; sinusite; reumatismo

Jacaranda copaia (Aubl.) Don

Pará-pará

folha (sumo)

coceira

Tabebuia sp.

Pau d'arco roxo

entrecasca (chá)

figado

Tinanthus elegans Miers

Cipó cravinho

entrecasca (chá)

dor de estõmago

Burgeraceae

Protium sp.

Breu branco

resina (incenso)

dor de cabeça

Cecropiaceae

Cecropia sp.

Benguê

óleo

reumatismo; dor no corpo

Cecropia sp.

Torém

raiz (sciva potável)

rins

Cecropia sp.

Embaúba branca

broto(seiva)

tumor

Caesalpinaceae

Copaifera sp.

Copaiba

óleo

tosse; frieira; feridas

Bauhinia rutilans Spruce ex Benth.

Escada-de-jaboti

entecasca do cipó (chá)

hemorróida

Senna occidentalis (L.) Link

Fedegoso

fior; folha; raiz

hepatite; malária; coraçao; hmorróida

Senna alata (L.) Roxb.

Maria mole

folha (sumo)
folha (chá)

coceira
lavagem intestinal

Hymenaea courbaril L.

Jatobá

casca (xarope)

tosse

Caricaceae

Carica papaya L.

Mamão

látex com água

verme

Compositae

Bidens pilosa L.

Picão preto; carrapicho agulhão

raiz (chá)

malária; rins

Convolvulaceae

Operculina alata (Ham.) Urb.

Batatão

raiz (ralada com água)

sangue; coceira

Euphorbiaceae

Croton pajucara Benth.

Sacaca

folhas (chá)

figado

Dileniaceae

Doliocarpus sp.

Cipó d'água

seiva

diarréia

Hevea brasiliensis Muell. Arg.

Seringa

entrecasca (chá)

baço; rins

Hevea spruceana Muell:Arg.

Seringa barriguda

casca seca (chá)

baço; rins; figado

Mabea caudata P. et H.

Taquari ; Taquarirana

resina

olho

Philanthus spp.

Quebra pedra

raiz (chá)

rins; canseira

Guniferae

Caraipa

Tamanquaré

entrecasca (óleo)

coceira

Vismia sp.

Lacre

látex

coceira

Lauraceae

Aniba canellina (H.B.K) Mez.

Preciosa

casca (infusão)

pedra nos rins; ictericia

Mezilaurus itauba (Meissn) Taubert ex . Mez.

Itauba

entrecasca ou broto (seiva)

diarréia

Lecythidiaceae

Bertoletta excelsa H.B.K.

Castanha

casca (infusão)

pedra nos rins; ictericia

Musaceae

Revenala guianensis Peterson

sororoca

pecíolo (seiva)

dor de barriga; hemorróida;gastrite

Olacaceae

Ptychopetalum olacoides

Muirapuama

raiz (chá)

afrodisíaco

Palmae

Euterpe sp.

Açaí

raiz (chá)

anemia

Astrocarium aculeatum G.Mey

Tucumã

fruto (endosperma líquido)

carne crescida nos olhos

Socratea exorriza (Mart.) Wendl.

Paxiuba

raiz (chá)

fígado; azar na pesca (panema)

Piperaceae

Pothomorfe umbellata L.

Capeba

raiz (chá)
folha (cataplasma)

fígado, baço; malária
inchação

Remnaceae

Ampelozizyphus amazonicus

Saracura-mirá

raiz (chá)

malária; úlcera; câncer

Solanaceae

Physalis angulata L.

Canapu

raiz (chá)

malária

Solanum sessiflorum Dun.

Cubíu

folha (cataplasma)

inchação

Verbenaceae

Melissa

Cidreira

folhas (chá)

gripe

Zingiberaceae

Costus spp.

Canafístula; pobre velho

raiz (chá)

dor na urina; diabete; coração grande



Plantas não identificadas ou com identificação duvidosa

Nome Popular

Parte e forma de uso

Indicaçäo

Arara tucupi

entrecasca (ralada com água)

hemorróida; diarréia

Bola

entrecasca (ralada com água)

abortivo

Caferana

entrecasca

diarréia

Capìtíú

folhas

banho

Capìtíú bravo

folhas (suco)

picada de cobra

Caxinguba

láex

verme

Chico da Silva;Sacaca; Pau-de-areia

seiva

malária

Cobra-mirá

folha (suco)

mordida de cobra

Comandá

entrecasca (chá)

diarréia; ferida; figado

Cuiarana

folhas (suco)

coceira

Cumaruzeiro

Semente

dor de cabeça

Envirataia

casca (chá)

reumatismo; dor no corpo

Erva de passarinho


Piolho

Faveiro

semente (ralada com água)

limpeza de pele

Gapui

raiz (suco)

olho esbranquiçado

Ingaumari

entrecasca (chá)

diarréia

Matá-matá

entrecasca (seiva)

mordida de cobra

Mururé

látex (garrafada)

reumatismo

Periquiteira

entrecasca (chá)

malária

Sucupira amarela

semente

roquidáo

Tamaquaré da várzea

semente (raspa e passa no corpo)

ma soric na pesca (panema)

Tataruguinha

entrecasca (chá)

diarréia; ferida; figado

Timbó

cipó

piolho

Uixi liso

entrecasca (ralado com áqua)

fágado; banho do assento

Ucuúba da terra firme

entrecasca (chá)

anemia

Vindica do mato

folhas (banho)
folhas (chá)

panema (azar na pesca)
coração

Xixuá

entrecasca (garraffada)

reumatismo


4. Plantas de interesse alimentar e economico

Para garantir sua sobrevivència em termos de alimentação basica, os riberinhos fazem uso de duas estratégias reiacionadas com as plantas. Primeiro, plantam os alimentos vegetais básicos de sua dieta, a mandioca e algumas fruteiras e hortaliças. Segundo, mantém uma exploraçáo sustentada de plantas da floresta. A geração de renda através da venda ou a troca direta da castanha-do-pará ou farinha por matimentos e outras elementos básicos do dia- a-dia também está intimamente ligada às plantas. De modo preliminar, as principais fontes de alimentos vegetais observadas na comunidade estáo listadas a seguir.

4.1. Fruteiras

Abiurana da terra firme; Abiurana da várzea; Abíu; Açai; Apurui; Arabi; Araçá; Bacaba; Bacuri; Buritì; Caçari; Cacau; Caju; Cajuí; Castanha; Castanha de ; otia; Castanha sapucaia; Coqueiro; Cupuí; Fel de tambaqui; Goiaba de anta; Goiabarana; Graviola; Inajá; ingá chinelo; Ingá xixica; Ingauaçu; lngaumarì; jatobá; Jutaí; Manga; Maracujá-de-rato; Marajá; Mari; Massaranduba; Pajurá; Pama; Patuá; Pé de-jaboti; Piquiá; Pitomba da mata; Pitomba de bota; Pupunharana; Sorvão: Sorvinha; Tucumã; Tucumãi; Tulhia; Uixi coroa; Uixi liso; Umiri

4.2. Hortaliças

Abóbora; Cebolinha; Chicória; Coentro; Maxixe; Melancia.

4.3. Plantas da roça

Abacaxi; Banana; Batata doce; Cana; Cará; Macaxeira; Mamão; Mandioca; Taioba.

4.4. Extrativismo vegetal

Angelim pedra - madeira
Castanha do pará - semente
Inajá - folhas
ltaúba - madeira

Paxìúba - casca do estipe

Sorva - látex

Ubím - folhas

5. Animais usados na alimentação humana

Como fonte de proteína a alimentação dos ribeirinhos depende essencialmente da caça e da pesca. o único animal doméstico que observemos em cativeiro na área da reserva foi a galinha. A pesca contribui sobremaneira para a alimentação diária. Todos os dias os ribeirinhos saem para pescar, mas pegam somente o suficiente para aqueil dia ou outro mais. Para eles, o Peixe fresco tem um sabor bem mais agradável. A caça, proibida na área da reserva, é para os ribeirinhos uma regalia. Também está se tornando dìfícil caçar no entorno da reserva pela pressão antrópica das vilas, onde há muita gente que ceça com frequência. Essa prática aliada à caça indiscriminada feita por pescadores ocasionaìs aumentam a dificuldade para se encontrar as caças. Os principais animais relacionados pelos ribeirinhos como parte de sua dieta estão listados a seguir.

5.1 . Animais. domésticos.

Galinha; Pato

5.2 Animais selvagens abatidos na caça.

5.2.1. Animais selvagens usados na alimentação.

Anta; Caititu; Cutia; Cutiara; Paca; Quandu; Queixada; Tatu; Veado capoeiro; Veado galheiro; Veado imbaúba; Veado roxo.

5.2.2. Animais usados na alimentaçáo eventualmente.

Maracajá-açú; Maracajá-peludo; Mucura; Nambi; Onça pintada; Onça vermelha; Preguiça; Quati; Tamanduá.

5.2.3. Macacos (primatas} eventualmente usados na alimentação.

Cairara; Cuxiú; Guariba; Macaco ds cheiro; Macaco prego; Macaco preto ou ; uatá; Parauaçú; Soím.

5.3. Bichos de casco (Quelonios e jacarés) eventualmente usados na alimentação.

Cabeçudo; laçã; Itã; Jaboti; Jacaré-acú; Jacaré-pedra; Jacaretinga; Lalá; Matá- matá; Perema; Tartaruga; Tracajá; Uirapuca.

5.4. Aves usadas na alimentação.

Aracuã; Arapapã; Arara; Balateiro; Carará; Coroca; Cujubim; Garça; Inambú ; alinha; Inambú macucaua; Inambú relógio; Jaburu; Jacamim; Jacú; Japó; Maguari; Mambé; Mergulhão; Mutum; Papagaio; Passarão; Pato ; Saracura; Socó-azul; Socó-boi; Socó-onça; Tucano.

5.5. Peixes e outros animais de água doce comestiveís.

Aracu; Arraia; Aruanã ou sulamba; Bacu; Baraba chata; Bodó; Boto; Camarão; Carangueijo; Carauaçú; Cubíu; Cuiú; Curimatã; Filhote; Jacundá; Jandié; Jaraqui; Jaú ou pacamáo; Jiju; Mandi; Manoubé; Matrinchã; Pacu; Pacuí; Peixe- gulha; Peixe-boi; Peixe-cachorro; Pescada; Piaba; Piracatinga; Piraiba; Piranha anaia; Piranha branca; Piranha fula; Piranha xidaua; Pirapacu, Pirarara; Pirarucu; Puraqué; Reque; Saracu; Sardinha amarela; Soia; Sulamba; Surubim, Tambaqui; Tamoatã; Trairão; Traira; Tucunaré.

6. Conclusões

A riqueza da biodiversidade da região do baixo Jauaperi, incluindo-se a reserva Xixuaú-xiparina é uma grande fonte de pesquisa. Na área de plantas medicinais, é necessario a complementação do trabalho inicìado, observando aspectos etnobotanicos, agronomicos e fitoquímicos de varias plantas que possivelmente ainda não foram devìdemente estudadas. Quanto as fruteiras nativas, há um enorms potencial de uso das mesmas com fins comerciais, de modo a aumentar a renda dos ribeirinhos. O extrativismo da CBstanha é uma atividade que confere ganhos extras anuais aos donos de castanhais, mas o preço pago aos ribeirinhos é muito baixo. Um trabalho de beneficiamento da mesma, agregando valor ao produto aumentaria sobremaneira a renda com a castanha. A pesca é uma atividade exercida na região por pessoas de fora, que se apropriam da biodiversidade aquática, na maioria das vezes de forma crìminosa. O peixe, além de ser a principal fonte de proteína para os ribeirinhos, também poderia ser uma fonte de renda para os mesmos. Nas roças, as diversas culturas poderiam ser ampliadas, havendo talvez a possibilidade de se agregar valor a alguns produtos, diversificando a renda dos ribeirinhos. Para continuidade de atividades de pesquísa na região, pensamos ser imprescindivel a realização de alguns projetos de desenvolvimento que beneficiem as comunidades envolvidas. Assim sendo, estamos propondo algumas linhas de trabalho que podem seguir paralelamente na regiã0. Para efetivação das mesmas, estamos buscando informações técnicas para viabilização de alguns projetos, que listamos a seguír:

- Etnobotânica
- Aproveitamento de polpa de caçari (camu-camu), açaí, buriti e bacaba
- Beneficiamento da castanha
- Hortas comunitárias com hortaliças e plantas medicinais

7. Agradecimentos

Esse trabalho só foi possível graças ao apoio das seguintes instituições e pessoas, para quem agradecemos:

IILA Associação Amazonia
Ribeirinhos
Embrapa Roraima
Comunidade de ribeirinhos da Reserva Xixuaú-Xiparinâ



Boa Vísta, Roraima, 23 de outubro da 1997

Francisco Joaci de Freitas Luz
Pesquisador MSc. da Embrapa Roraima